O artigo científico que escolhi para comentar esta semana foi publicado no site da revista Cephalalgia, em 11 de abril de 2007. Sua publicação na revista propriamente dita ocorrerá numa data futura. Seu título (traduzido) é: “Um estudo multicêntrico, duplo-cego, aleatório, controlado por placebo, de grupos paralelos, de tratamentos múltiplos com toxina botulínica do tipo A, na profilaxia da enxaqueca”.
O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e segurança da toxina botulínica do tipo A na profilaxia da enxaqueca.
“Duplo-cego, controlado por placebo” quer dizer que um dos grupos estudados recebeu inflitrações de toxina botulínica do tipo A, enquanto outro recebeu infiltrações de alguma substância “inerte”, “neutra”, teoricamente desprovida de efeito terapêutico (a qual recebe o nome de placebo). Nem o paciente, nem o médico que aplicava as injeções, sabiam (daí o termo “duplo cego”) qual delas era o placebo, e qual era a toxina botulínica. Somente uma terceira pessoa, não envolvida com o médico ou o paciente, sabia qual era qual. “Aleatório” significa que a seleção dos componentes de cada grupo (o grupo que iria receber a toxina e o grupo que iria receber o placebo) não dependia da vontade nem do médico, nem do paciente, mas sim de uma espécie de sorteio.
Para ambos os grupos (num total de 495 indivíduos), foi feito um tratamento de 180 dias.
O resultado? Ambos os grupos melhoraram igualmente! Não houve melhora maior no grupo que recebeu a toxina botulínica, versus o grupo-placebo!
Pense nisso antes de pagar uma pequena fortuna para uma aplicação de toxina botulínica no intuito de tratar sua enxaqueca…
Leia mais sobre a toxina botulínica aqui.
Informações
Agendamento
Dr. Alexandre Feldman, CRM(SP) 59046
Atendimento Online e Presencial