Dosagem de Serotonina no Sangue é Útil para Enxaqueca e/ou Depressão?
Uma dúvida frequente de quem tem enxaqueca, depressão, pânico e/ou ansiedade. Essas doenças, junto com transtorno obsessivo-compulsivo, síndrome do déficit de atenção e hiperatividade e fibromialgia, têm uma coisa em comum: um desequilíbrio envolvendo a substância serotonina no cérebro.
A serotonina atua no cérebro como um neurotransmissor e a natureza exata desse desequilíbrio da serotonina ainda não é totalmente conhecida.
A dúvida que passa pela cabeça de muitas pessoas que sofrem dessas doenças e sabem que elas envolvem um desequilíbrio da serotonina, é: Por que, então, não pedir um exame de dosagem de serotonina no sangue?
A resposta é: porque seria absolutamente inútil. Um desperdício de recursos, tempo e dinheiro, que não acrescenta informação nenhuma, de utilidade.
O motivo disso é que o desequilíbrio da serotonina no cérebro não se reflete no sangue. Se eu quisesse ver um problema na serotonina no cérebro, eu precisaria então abrir a cabeça do indivíduo, tirar um pedacinho da base do cérebro e bater no liquidificador – e aí sim, medir a serotonina naquela região especificamente, e torcer para que ela esteja desequilibrada naquele momento, uma vez que a serotonina não vive em desequilíbrio o tempo inteiro: é uma coisa dinâmica.
Por isso é que não adianta pedir a dosagem de serotonina no sangue. Se essa dosagem sanguínea resultar alta ou baixa, isso não tem relação nenhuma com as doenças mencionadas anteriormente.
Só para você ter uma ideia, a serotonina está presente em várias localidades do corpo. A serotonina foi primeiro descoberta na década de 1940 por cientistas italianos e recebeu, na época, o nome de enteramina, porque ela foi descoberta no intestino.
A serotonina só passou a receber o nome serotonina anos depois, quando cientistas americanos descobriram que ela está presente no soro (parte líguida) do sangue: SEROtonina. E no sangue ela tem uma ação de aumento da pressão arterial: seroTONINA tem a ver com o tônus dos vasos sanguíneos.
A serotonina também está presente dentro das plaquetas do sangue, e nesse contexto possui uma função no processo de coagulação sanguínea.
Sangue, intestino, plaquetas, pulmões, cérebro… a serotonina está em várias partes do corpo e possui várias funções. E a quantidade de serotonina presente, num dado momento, no sangue, não reflete a quantidade de serotonina no cérebro. Simplesmente não adianta medir a dosagem de serotonina no sangue na tentativa de inferir a quantidade de serotonina no cérebro.
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