O jornal The Washington Post organizou uma experiência muito importante: contratou um dos maiores violinistas do mundo para tocar – incógnito – dentro de uma movimentada estação de metrô de Washington D.C., por volta das 7 e meia da manhã de uma sexta-feira, 12 de janeiro de 2007, durante 45 minutos.
O violinista era o aclamado Joshua Bell, com 39 anos na época. Ele possui uma agenda lotadíssima de concertos nos mais importantes teatros do mundo, cobra um cachê de 1000 dólares por minuto de execução, e seu instrumento não é nada mais, nada menos, que um Stradivarius, construído em 1710, avaliado em 3,5 milhões de dólares.
Quem já viajou para os Estados Unidos ou Europa sabe que é muito comum, dentro dos túneis e halls das estações de metrô, encontrar músicos tocando seus instrumentos, em troca de algum dinheiro que os passantes desejem depositar dentro da caixa do instrumento, aberta, colocada defronte ao(s) músico(s).
O experimento elaborado pelo Washington Post consistiu em verificar qual seria o comportamento, a reação, dos passantes desavisados, à beleza sublime de obras-primas que lotam teatros há séculos, executadas por um dos maiores músicos do planeta, em um dos melhores, mais raros e caros violinos já construídos.
Naquela sexta-feira, o grande violinista vestiu uma calça jeans, camiseta e boné, entrou na estação de metrô escolhida para o experimento, posicionou-se ao lado de um cesto de lixo, abriu o estojo de seu Stradivarius, sacou o instrumento, colocou uns trocados como ‘isca’ no estojo aberto à sua frente, e iniciou um verdadeiro recital, executando 6 obras-primas, num total de mais de 40 minutos.
A reação das pessoas?
Nenhuma! Elas estavam absortas demais nos seus horários, preocupações e agendas, e portanto nem sequer notavam o ato musical sublime que se desenrolava no caminho deles. Distraídos a tal ponto, que nem chegavam a virar a cabeça para a direção da música.
Mesmo que você não entenda inglês, vale a pena clicar aqui para assistir os vídeos de alguns segmentos do recital, no artigo do Washington Post, que foi publicado no dia 4 de abril de 2007, sob o título “Pérolas Antes do Café da Manhã”.
Este experimento, na minha opinião, é importantíssimo, pois comprova o fato que muitos de nós, infelizmente, nos concentramos tanto nas preocupações e em tudo o que é negativo, a ponto de excluir da realidade toda e qualquer outra coisa, por mais bela e maravilhosa que seja; e por mais diante dos olhos (e ouvidos) que esteja. Comprova que nós temos o poder de construir nossa realidade particular, incluindo ou excluindo coisas boas ou ruins, positivas ou negativas. Tudo depende apenas do nosso foco, da nossa vontade de apreciar o belo, o positivo, o que faz bem. É com isso que queremos preencher todos os nossos momentos.
Cabe a nós prestar atenção no dia lindo que está lá fora (ou na noite linda), no som dos pássaros em meio aos carros, nas crianças sorrindo, nas cores bonitas à nossa volta. Eu posso escolher entre me maravilhar com uma árvore solitária, relpleta de flores, no meio de um trânsito parado, numa rua movimentada de São Paulo, ou me arrasar por causa do horário, do compromisso perdido, da poluição, do rádio do carro ligado nas notícias sempre ruins – e nem perceber que estou diante do sublime.
Desse tipo de escolha depende nosso bem-estar, nossa saúde.
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