Ansiedade e enxaqueca têm mais em comum que você imagina. Na verdade, ambas podem ser manifestações diferentes do mesmo desequilíbrio químico cerebral.
Ansiedade e enxaqueca intimamente interligadas
Quem tem enxaqueca tem mais ansiedade. Por sua vez, ansiedade desencadeia e facilita enxaqueca, portanto causa aumento das crises de enxaqueca e dor de cabeça crônica.
Quem “nasceu” primeiro, ansiedade ou enxaqueca?
Antes de mais nada, a idade mais típica de início, de aparecimento da enxaqueca na população é na adolescência. Coincidentemente, durante essa faixa etária, costuma aumentar muito, também, a ansiedade.
Boa parcela relata que a enxaqueca apareceu pela primeira vez, ou se agravou, na época de vestibular e/ou início de faculdade. Esse também é, comumente, o período de maior ansiedade acumulada durante a vida até então.
Hormônios e Stress
Existem três glândulas no ser humano, que coordenam a resposta do nosso organismo ao stress. Duas delas se localizam no cérebro, e são o hipotálamo e a hipófise. A terceira na verdade não é uma, mas um par, que se localiza, cada uma, grudada em cima de cada rim, e são as glândulas adrenais.
A interação dessas três glândulas exerce um papel muito importante em toda a nossa reação ao stress. Tanto a reação emocional, quanto toda gama de alterações químicas e físicas que ocorrem em resposta ao stress.
A interação entre essas glândulas recebe o nome de eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal ou hipotálamo-pituitário-adrenal, pois a glândula hipófise também é conhecida pelo nome de pituitária. Daí a abreviação eixo HPA.
Acontece que, durante a adolescência, ocorre um aumento da reatividade desse eixo, levando, portanto, a um aumento nas respostas hormonais ao stress.
Sistema Nervoso e Stress
O stress constitui nada mais que todo e qualquer ajuste do nosso corpo a uma dada perturbação. Essa perturbação pode ser qualquer uma de ordem emocional ou física (fisiológica). Ou seja, é possível ter stress causado por fatores ambientais (externos), assim como fatores ocorrendo dentro do nosso corpo, e também fatores mentais, causados pelos nossos pensamentos e emoções.
Em outras palavras, o stress faz parte da vida.
Stress é absolutamente normal.
Além disso, não está associado unicamente a eventos negativos. Até mesmo eventos positivos, mudanças positivas de vida, como uma promoção no cargo, um prêmio, casamento, nascimento de um filho, etc, são exemplos de stress.
Além da resposta aumentada ao stress pelo eixo HPA, que é mais lenta, existe também um componente de resposta imediata ao stress, pelo sistema nervoso, especificamente por conta de um ramo desse sistema, conhecido como sistema nervoso simpático.
É o sistema nervoso simpático quem direciona as respostas rápidas, involuntárias, inconscientes, do nosso organismo ao stress e também ao perigo.
Aqui a confusão começa.
Em resposta ao stress, o sistema nervoso simpático provoca a liberação de hormônios como adrenalina e noradrenalina, o que provoca:
- Aumento da frequência cardíaca,
- ritmo respiratório,
- pressão arterial,
- sudorese, e
- priorização do estado de alerta em detrimento do estado de relaxamento e sono. Além disso, provoca também:
- Alocação de maior quantidade de sangue para o sistema muscular, diminuindo, para isso, a alocação de sangue para o sistema digestivo e
- desvio de sangue da parte “pensante” para a parte “primitiva” do nosso cérebro, que privilegia instintos, medo, proteção e comportamento inconsciente, impensado e automático.
A título de informação: além do sistema nervoso simpático, existe, no entanto, o parassimpático, com ações opostas e complementares, privilegiando o repouso, calma, boa digestão, memória, raciocínio, pensamento lógico e capacidade de elaborar soluções complexas.
Sintomas de ansiedade coincidem com os sinais de hiperatividade do sistema nervoso simpático.
Em outras palavras, tudo o que precisamos numa situação percebida pelo nosso organismo como perigosa e estressante, é da reação predominante do sistema nervoso simpático. Em situações percebidas como estressantes o parassimpático fica quietinho e o simpático predomina.
Vamos, agora, nos voltar para os sintomas to transtorno da ansiedade. Acontece que esses sintomas são os mesmos daqueles provocados pela ação do sistema nervoso simpático, que você já leu acima – só que muito mais intensos e incômodos.
Não faria sentido, em termos biológicos, nosso próprio sistema nervoso simpático funcionar para nos causar uma doença. (Sim, porque transtorno de ansiedade é considerado pela medicina como sendo uma doença.)
Uma das explicações mais aceitas para conciliar esse fato é que a reação do sistema nervoso simpático deveria ocorrer apenas nas situações que o organismo está, efetivamente, em perigo de vida. Mas que, hoje em dia, as situações de perigo de vida são muito menos frequentes, ao passo que nossas mentes criam pensamentos estressantes que, para nosso sistema nervoso simpático, geram reação semelhante à do perigo de vida que, na verdade, não existe.
Por exemplo, durante toda a evolução da humanidade, quando nos deparávamos com um animal selvagem, ou nos encontrávamos numa situação de vida ou morte, a reação do sistema nervoso simpático favorecia a sobrevivência.
Em outras palavras, defronte a um leão, você não precisa de digestão, mas sim que o sangue do sistema digestivo seja desviado para seus músculos. Afinal, você precisa correr, fugir pela sua vida, e esse sangue a mais, esse estado de alerta aumentado, coração bombeando mais rápido, pressão arterial aumentada e comportamento instintivo aumentarão suas chances de escapar e sobreviver.
Vejo Esta Hipótese Como Simplista.
A teoria mais aceita é que, nos dias de hoje, nosso stress deixou de ser por causa de animais selvagens ou perigo de vida iminente à nossa volta, e passou a ser causado pelos nossos pensamentos.
Por exemplo, aquela pessoa que fala mal e tenta puxar o tapete por baixo de você. Ou a dívida que está para vencer, o exame, a prova, o concurso, a tese de mestrado que se aproxima. Você pensa e ocupa sua mente nesses assuntos até mesmo quando eles não estão acontecendo naquela hora.
O fato é que tudo isso contribui para uma ativação constante do sistema nervoso simpático.
A hipótese, então, é que essas situações estressantes dos tempos modernos diferem daquelas para as quais nossa evolução “construiu” nosso sistema nervoso simpático.
Neste sentido, a reação do simpático, que deveria ser pontual e de curta duração, ocorrendo apenas em situações que requerem fuga ou luta pela sobrevivência, teria passado a ocorrer quase que continuamente, em menor grau.
Ou seja, embora não existam mais leões nos ameaçando, nossa mente moderna cria preocupações abstratas que nosso sistema nervoso interpreta como perigos iminentes.
Isso, por sua vez, resulta numa ativação praticamente constante do sistema nervoso simpático.
Como essa ativação constante não estava prevista nas nossas “configurações de fábrica”, por assim dizer, então a consequência é essa doença dos tempos modernos. Mais exatamente, o transtorno da ansiedade e do pânico, sendo este último nada mais que uma crise ainda mais extrema da doença.
O grande furo que vejo nessa teoria
Viver preocupado não é uma coisa boa, ninguém gosta.
Mas achar que viver preocupado é uma característica que não existia, ou existia muito menos, nos tempos ancestrais, é uma enorme burrice.
Dezenas de milhares de anos atrás, nossos ancestrais na Europa e Ásia caçavam mamutes que se alimentavam de capim. Com o fim da Era do Gelo, os rebanhos foram migrando para o norte e nossa comida foi diminuindo. Alguns caçadores-coletores seguiram esses animais. Outros, levados pela fome, começaram a cultivar plantas e animais por conta própria, permanecendo onde estavam. Deixaram de ser nômades. Era o início da agricultura e criação de animais. O início da civilização.
Você consegue imaginar como tudo isso foi difícil? Certamente, houve muita fome, muita incerteza do homem primitivo quanto à sua sobrevivência e de seus filhos e entes queridos. Digo mais: uma incerteza constante e permanente. Os caçadores-coletores viviam preocupados, em situações de risco, andando por penhascos, à beira de precipícios, ameaças de desmoronamento, chuva, neve, tempestade. Vá para o mato e espere anoitecer, para ver se não dá medo. Especialmente se você ainda não descobriu uma maneira de produzir fogo.
Voltando no tempo
Imagine a bagunça entre aqueles que primeiro se assentaram às margens do rio Eufrates, no Crescente Fértil, o assim chamado berço da civilização. Se você ler os livros de história, verá que era uma vizinhança em constante guerra com a outra, à busca de território, melhor qualidade de vida, mais poder. O mundo do cidadão comum daquela época era um verdadeiro inferno. A incerteza era certamente monstruosa.
Você acha que era fácil a vida daquele ceramista que fabricava potes no período neolítico? Que ele não se preocupava constantemente com a segurança o bem-estar próprio, dos familiares e dos seus animais?
Pelo que se pode ler no livro “Dia a Dia na Mesopotâmia Antiga”, no ano de 1770 A.C., o rei de Mari, uma cidade-estado murada da Mesopotâmia, chamado Zimri-Lim, casou sua filha mais velha com o rei de Ilansura, uma cidade-estado soberana. A prole desse casamento colocaria a família de Zimri-Lim na linha de sucessão real de Ilansura. Além disso, o rei de Ilansura se tornaria um aliado, e não mais um competidor entre as inúmeras cidades-estado independentes que lutavam pelas áreas de terra fértil ao longo do Eufrates.
Intrigas e preocupação constantes, 4.000 anos atrás
Só que três anos se passaram, e os tão esperados filhos desse casamento não apareciam. Preocupado com a manutenção da aliança com Ilansura, o rei de Mari enviou outra filha, irmã mais nova da que já havia sido enviada, para se ocupar a posição legítima de segunda esposa e serva da primeira (a irmã mais velha).
Essa filha mais nova, porém, era também desbocada e ambiciosa. Assim, ela decidiu criar intrigas visando o objetivo final de ocupar, ela, a posição de primeira esposa. Com essa finalidade, ela se envolvia em política, recrutava servos do palácio para uso pessoal, zombava, desdenhava e ridicularizava a irmã, e se dava ares de rainha.
Até que, finalmente, a irmã mais velha teve gêmeos.
Imediatamente, a irmã mais nova despencou na hierarquia do palácio. Nas cartas dela ao pai, lê-se: “-Ninguém mais quer saber minha opinião.” “-Meu marido tirou de mim as últimas criadas que eu tinha.” “-Minha irmã disse que faz comigo o que ela quiser.” E “-Se você não me levar de volta para casa, eu me atiro da torre mais alta de Ilansura.”
Segundo os próprios arquivos reais da cidade-estado de Mari, o rei Zimri-Lim, sete anos após esse casamento, fez uma viagem oficial para Ilansura e trouxe a filha de volta a Mari.
Somente os arquivos reais sobreviveram para contar história. Mas você acha que, por algum motivo, o drama da existência humana não acontecia para todas as pessoas, além da realeza, na Mesopotâmia?
É irreal pensar que não existiam preocupações constantes antigamente.
A própria Bíblia está repleta de relatos de brigas, discórdias, guerras, intrigas, ciúmes, inveja, gente se matando, doenças e pragas. Você acha que não haviam preocupações constantes na Antiguidade, em volta de tanta incerteza?
Os enredos do teatro da Grécia Antiga são todos baseados no que? Na natureza humana. Esses enredos deram margem a todos os enredos mais importantes que se seguiram na história da civilização. São eternamente populares e bem aceitos porque lidam com a natureza humana, suas traições, intrigas, ciúmes, inveja, enfim, tudo que enche a vida de pensamentos negativos e preocupações.
A civilização contemporânea não vive mais preocupada que a civilização ancestral. Talvez até viva menos.
Vamos pensar no quesito segurança, por exemplo. Na Antiguidade, você pegava estrada na Mesopotâmia com sua carroça para viajar de uma localidade a outra, e nada impedia que você fosse atacado, roubado e sua filha sequestrada etc por bandoleiros à beira da estrada.
Ou você acha que tinha radar, policiamento, câmeras, etc, naquela época? Por pior que seja nossa segurança pública nos dias de hoje, certamente ela era muito pior ainda na Idade Média.
No entanto, Ansiedade e Enxaqueca são Doenças dos Tempos Modernos.
Ou, melhor dizendo, vêm assumindo proporções cada vez mais epidêmicas nos tempos modernos.
Essas doenças, na verdade, sempre existiram. Mas o que as estatísticas mostram é que a prevalência (porcentagem de pessoas na população que sofre de uma doença) vem aumentando, em paralelo, a cada década, tanto para enxaqueca quanto para transtorno da ansiedade e do pânico.
Então, o que podemos afirmar pelos dados estatísticos é que, antigamente, embora essas doenças já existissem, elas acometiam uma parcela muito menor da população.
Por que esse aumento agora?
Certamente não pela preocupação constante. Não pelo fato que “antigamente, nosso ancestral ativava menos constantemente o sistema nervoso simpático que nos dias atuais”.
Ansiedade e Enxaqueca, Como eu vejo, Como eu explico
Para complicar, nem todo mundo que vive constantemente preocupado, ativando o tempo inteiro o sistema nervoso simpático, sofre da doença chamada transtorno de ansiedade.
Similarmente, nem todo mundo que passa stress, por maior que seja, vai ter crise da doença chamada enxaqueca.
Então, um predomínio da atividade do sistema nervoso simpático não configura, necessariamente, causa de ansiedade (como doença) ou, muito menos, enxaqueca. De novo: está cheio de gente super ansiosa, perfeccionista etc, que nunca teve uma dor de cabeça na vida.
Uma coisa é você ter ansiedade ligada a um determinado evento, vamos dizer que você vai apresentar um trabalho importante em público daqui a pouco, e você não se preparou adequadamente. Seu medo é real e justificado. Tem mil outras causas, no dia a dia, para te deixar com pensamentos que ativam seu sistema nervoso simpático.
Tudo isso pode te deixar de mau humor e ansioso, mas não necessariamente com os sintomas da doença chamada transtorno de ansiedade.
Ansiedade, em si, não é doença, mas um estado mental. Assim como tristeza e alegria, por exemplo, também são. O transtorno, que é a doença, é quando esses sintomas de hiperatividade excessiva do sistema nervoso simpático aparecem também nas situações mais banais, ou mesmo naquelas em que você nem se sentia particularmente ansioso no momento em que surgiram. É também quando os pensamentos negativos assumem uma proporção que até você considera irracional, ilógica e incontrolável.
Nessa hora, se você sofre de enxaqueca, fica mais fácil ter dor de cabeça. Afinal, situações estressantes podem desencadear ou facilitar o aparecimento de crises de enxaqueca.
E vice-versa, a mera antecipação da dor de cabeça e sintomas associados da enxaqueca, a sensação de imprevisibilidade e ameaça de falta de controle das crises de enxaqueca, fazem aumentar ainda mais a ansiedade, podendo desencadear ou facilitar as crises da doença que é o transtorno de ansiedade ou do pânico.
Ambas as doenças caminham juntas, como irmãs.
Tratamentos Similares
Além disso, o tratamento utilizado para uma pode ser utilizado igualmente para a outra.
Veja só: ansiolíticos, bloqueadores da adrenalina, os chamados “estabilizadores do humor” como, por exemplo, os antidepressivos e anticonvulsivos, são exemplos de tratamentos farmacológicos tanto para enxaqueca quanto para transtorno de ansiedade. O mesmo se dá com tratamentos não farmacológicos, como por exemplo técnicas de relaxamento, meditação e acupuntura.
Ansiedade e Enxaqueca, Serão Elas Uma Coisa Só?
No meu livro, explico que a enxaqueca é causada por um desequilíbrio químico cerebral, envolvendo substâncias chamadas neurotransmissores, sendo a serotonina um deles.
Explico também que uma área localizada na base do cérebro, onde se concentra esse neurotransmissor, atua como um “filtro” dos estímulos sensoriais
E que, se esse “filtro” se encontra em desequilíbrio, estímulos sensoriais que, de outra forma, não passariam por ele, acabam passando e ativando, inutilmente, centros cerebrais como os que te dão a consciência, percepção e interpretação da dor.
(O livro tem 300 páginas, não é possível explicar mais profundamente num mero artigo como este, que, por sinal, já está bem longo. Se você tem interesse – e deveria ter! -, então deve ler meu livro o quanto antes! Clique aqui agora!)
Mas nada impede que outros centros cerebrais, além dos da dor, sejam ativados “inutilmente”, “ilegitimamente”, pelo mesmo mecanismo, ou seja, um desequilíbrio naquela mesma área do cérebro que “filtra” os estímulos sensoriais.
Só que aí, de acordo com a “configuração” genética de cada pessoa, esses estímulos poderiam resultar na hiperatividade de outros centros cerebrais, trazendo como resultado sintomas que não dor, mas sim ansiedade, por exemplo.
Ou seja, ao invés desse desequilíbrio resultar numa predisposição à dor mediante uma infinita variedade de estímulos sensoriais que para outras pessoas seriam banais (como situações do dia a dia que provocam o estímulo do sistema nervoso simpático), ele poderia resultar em outra manifestação como, por exemplo o transtorno da ansiedade.
Assim, ambas essas doenças teriam a mesma causa em comum. Seriam apenas manifestações diferentes do mesmo desquilíbrio neuroquímico. O que determina quais manifestações dependeria da “configuração genética” de cada um.
É assim que eu penso, é assim que vejo e trato essas duas doenças.
Doenças dos tempos modernos, explicadas numa só teoria.
Essa visão explica também por que ambas são “doenças dos tempos modernos”, ou seja, por que a prevalência das mesmas vêm aumentando no último século.
Conforme explico no meu livro (mais uma vez, sugiro enfaticamente a você que leia!), o equilíbrio e desequilíbrio da serotonina e outras substâncias que exercem um papel naquela área na base do cérebro mencionada anteriormente, pode ser influenciado por fatores ambientais e comportamentais, em outras palavras, nossos hábitos e estilo de vida.
Conclusão:
Tudo isso te permite fazer algo a mais do que meramente tomar remédios e/ou se submeter passivamente a tratamentos. E que, na verdade, podem, caso de fato exerçam a influência esperada, resultar, com o tempo, numa necessidade cada vez menor de remédios e tratamentos.
Esse algo a mais consiste em mudar e melhorar seu estilo de vida, ao mesmo tempo em que continua no seu tratamento.
Atenção para isso: Ninguém está te sugerindo abandonar seus remédios. Remédios continuam sendo importante para o controle dos sintomas.
Porém nada te impede de melhorar, também, o seu sono, alimentação, gestão do movimento e das emoções. A estratégia para essas mudanças eu descrevo e delineio em detalhe no meu LIVRO. Boa leitura!
Informações
Agendamento
Dr. Alexandre Feldman, CRM(SP) 59046
Atendimento Online e Presencial