Influência Hereditária da Genética na Enxaqueca
“– Enxaqueca é Hereditária.” – Quem de vocês já não ouviu esta frase? Ela é repetida em consultórios médicos, artigos de jornais, revistas, programas de rádio, televisão e na Internet. Embora essa relação genética hereditária da enxaqueca seja verdadeira, quase sempre ela é abordada de forma simplista. Isso faz com que seja mal compreendida, podendo assim causar prejuízo a quem sofre de enxaqueca.
É fundamental esclarecermos aqui, clara e definitivamente, a diferença entre “predisposição genética” e “praga genética“.
Existem, realmente, fatores genéticos que podem predispor uma pessoa à enxaqueca. Em consequência, muitos médicos respondem à pergunta se enxaqueca é ou não hereditária com um sonoro SIM.
O que está errado com essa resposta é o seguinte:
Não é a enxaqueca quem é hereditária, mas sim a predisposição genética à enxaqueca.
Preste atenção: uma predisposição genética só se manifesta mediante estímulos do meio ambiente que nos cerca – ou seja: a manifestação da genética inerente a essa doença hereditária depende, em última análise, dos nossos hábitos e estilo de vida.
Ambiente e comportamento são soberanos.
Por exemplo: uma pessoa pode levar uma vida pouco saudável, se alimentando mal, dormindo pouco, sem atividades físicas etc, e mesmo assim não sofrer de enxaqueca.
A razão é que essa pessoa simplesmente não possui predisposição genética para enxaqueca. Ela não nasceu com essa predisposição. Não herdou. Ainda que exposta a ambiente e comportamento errados, não poderá manifestar doença para a qual não possui predisposição genética.
Já uma amiga dela pode levar a vida da mesma maneira, ter os mesmos hábitos – e sofrer terrivelmente com enxaqueca! Esta amiga certamente nasceu com a predisposição genética que herdou dos pais e ancestrais.
Como vemos no vídeo, a chave de tudo é o estímulo ambiental e comportamental que damos às nossas predisposições genéticas. É o ambiente e o comportamento quem liga ou desliga a predisposição genética, determinando se essa genética vai ou não se manifestar.
Você pode influenciar o ambiente e comportamento, se quiser.
Conclusão: se você ouviu a frase que enxaqueca é hereditária, e um ou ambos os seus pais sofrem de enxaqueca, calma! Não se paralise pensando em coisas como infeliz herança, praga genética etc. Focalize, ao invés, no seu estilo de vida e aja para que sua predisposição à enxaqueca não se manifeste. Ou deixe de
se manifestar. Focalize justamente naquilo que você pode mudar: o ambiente e o comportamento.
É justamente por isso que intitulei meu livro “Enxaqueca – Só Tem Quem Quer”. Obviamente ninguém quer ter enxaqueca – e é justamente por isso que quem tem enxaqueca deve conhecer, entender e aplicar ao máximo a influência dos hábitos e estilo de vida, ambiente e comportamento, a fim de impedir ao máximo que a predisposição genética se manifeste. Essas mudanças você deve aplicar concomitantemente ao tratamento do seu médico, e são detalhadas no meu livro, que quem tem enxaqueca sinceramente precisa ler.
Obs: existe um único tipo de enxaqueca que, verdadeiramente, é uma “praga genética”. O nome dela é enxaqueca hemiplégica familiar. Felizmente pouquíssimas pessoas no mundo sofrem dela. E você, quase certamente, não é uma delas.
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